Estudante com nota ruim no final do semestre é um clássico.
Para os professores também não deve ser fácil.O que eles podem fazer?
Incentivar os meninos a estudar? Redobrar a cobrança?
"Vai estudar, meu filho!" Talvez seja a frase que um filho mais ouve dos seus pais, em período letivo.
Os pais falam em diversos tons de voz que significam desde ordem, pedido, súplica, advertência, castigo e/ou até mesmo um simples lembrete. Há até pais que, por não gostarem de ver o filho ocioso, "vagabundeando" ou "sem fazer nada", passam-lhe logo uma atividade que lembra mais um "vê se faz algo útil".
Esta frase carrega em média uma insatisfação dos pais com os estudos do filho, principalmente no seu desempenho escolar. Entretanto, a responsabilidade não é somente dos filhos. É também dos pais que não desenvolveram este hábito e dos professores que não sabem como estimular os alunos a estudarem.
Um dos erros é a deturpação do aprendizado que ocorre quando se manda estudar. O mais correto seria dizer: "Vai aprender, meu filho!". A escola perdeu o foco do seu objetivo mais importante: Ensinar. A ação complementar ao ensino é a aprendizagem e não simplesmente o estudo. Parece que o aprender fica implícito no verbo estudar. Podemos aprender sem estudar e podemos estudar sem aprender.
O problema fica maior quando se cobra um tempo de estudo. Ficar em posição de estudo um determinado tempo não significa estudar, pois um filho pode estudar de diversas maneiras e em qualquer tempo. Em sala de aula o aluno precisa ouvir atentamente o professor. Perder uma explicação é um prejuízo muito grande, pois o custo para se aprender sozinho é muito grande, e pagar professor particular para quem não presta atenção ativa na aula é sustentar a preguiça, a falta de educação.
Cabe ressaltar que um aluno masculino geralmente não consegue conversar com colega e prestar atenção ativa à explicação de um professor. São duas atividades que o cérebro masculino elege uma delas em detrimento da outra: ou fala ou escuta. Bem diferente da feminina, cujo cérebro consegue escutar e falar ao mesmo tempo. O mesmo acontece com um professor masculino que, quando está explicando, qualquer conversa entre os alunos o atrapalha. A professora absorve melhor estas conversas sem perder o rumo do que esteja falando.
Felizmente, a educação escolar está despertando para o grande problema que tem em suas mãos: um estudante frequenta a escola, mas não aprende, ele decora nas vésperas da prova. O foco das questões do exame vestibular para cursar as faculdades está mudando. O que é testado é se o aluno tem conhecimentos, sabe lidar com os pensamentos, elaborar uma resposta, pensar, raciocinar, desenvolver e interpretar textos, criar respostas a situações inusitadas etc.
Torna-se essencial aos pais e professores estimularem e avaliarem o aprendizado e não a decoreba. Uma das maneiras para esta avaliação é a produção independente de que o aluno teria que fazer após cada estudo.
Fica fácil para os pais pedirem aos filhos que façam um resumo diário do que estudaram, ou da aula que tiveram na escola. Um resumo que contenha um mínimo de 60 palavras do vocabulário próprio, numa média de 4 linhas, sem usar uma palavra do texto ou aula original de estudo. Parece pouco? Parece muito? É o suficiente para expressar qualquer idéia bem formada.
Os professores também poderiam pedir, no final de cada aula, o mesmo resumo feito com mínimo de 30 palavras próprias sem pesquisar o texto. Quase do tamanho de um texto de Twitter. Este resumo poderia valer nota. Cada professor recolheria os resumos e os redistribuiria aleatoriamente a outros alunos, de tal maneira que um resume e outro lê, qualifica (em ótimo, bom, fraco e sofrível) e entrega ao professor. A verificação que o professor faz é por amostra de alguns resumos. O professor poderia incluir esta atividade para ser feita durante a aula
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Içami TibaIçami Tiba é psiquiatra e educador. Escreveu "Família de Alta Performance", "Quem Ama, Educa!" e mais 25 livros |
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